É com profunda PREOCUPAÇÃO que a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB) interpreta as últimas medidas resultantes da reunião Extraordinária de Conselho de Ministros, de 7 de novembro de 2020, validadas pelo decretado Estado de Emergência em que o país se encontra.
Não existimos para incentivar a revolta, esse não é o nosso propósito, mas existimos para dar VOZ aos nossos associados e, face a esta responsabilidade, temos de dizer claramente que as medidas representam A MORTE ACELARADA de muitos pequenos negócios, que são o pulmão da nossa economia, são o coração da estabilidade social do nosso território.
Todos sabemos que os estabelecimentos de diversão noturna, bares e discotecas, estão em morte lenta;
Que as empresas que se dedicam a eventos ou morreram ou estão a morrer lentamente;
Agora assistimos à morte anunciada de restaurantes e estabelecimentos de bebidas, mas também de outros setores do comércio que já caminham moribundos.
As novas regras, sobretudo recolher obrigatório ao fim-de-semana a partir das 13h00 parecem-nos um ABSURDO. Para além de fechar os estabelecimentos comerciais nos únicos dias em que havia algum negócio, vai levar a uma concentração exagerada de pessoas, nomeadamente, nos supermercados e locais de venda de produtos de primeira necessidade e a um consequente aumento risco de contaminação.
O ESTADO somos nós, o ESTADO é suportado pelos nossos impostos, dos cidadãos individuais e das empresas, não podemos permitir que o ESTADO que alimentamos seja o mesmo que nos retira a comida da mesa.
Os nossos comerciantes estão a entrar em desespero, são muitas vidas em jogo, muitas famílias que se sentem “abandonadas”.
As ajudas anunciadas, desenhadas quase sempre por quem tem o ordenado garantido ao final do mês, haja ou não circulação de pessoas nas ruas e consumo nos mercados, têm sido desajustadas e insuficientes.
Como referimos, não queremos incentivar à revolta, antes apelar à coerência e à seriedade.
O comércio e serviços têm acatado exemplarmente as medidas impostas pelo Governo, adaptaram-se, implementaram, quase sempre a expensas próprias, todas as medidas de segurança e higienização impostas, condicionaram o número de clientes, agora, depois de todas as adaptações pedem-lhes para fechar nos poucos momentos em que há possibilidade de negócio? Não nos parece nem justo nem coerente.
Defendemos uma maior fiscalização, por parte das entidades competentes e que efetivamente se puna quem não cumpre, cidadãos individuais e empresários;
Defendemos um alargamento de horários, para evitar concentração de pessoas;
Defendemos que se olhe com realismo para cada setor de atividade e que se adotem medidas coerentes, que se apoie quem precisa desse apoio, fica mais barato ao ESTADO, que somos todos nós, apoiar o setor privado para evitar despedimentos.
A ACISB compreende a necessidade de travar a pandemia, de adotar medidas duras para quebrar as cadeias de contaminação e controlar este vírus, mas não pode concordar que se adotem medidas tão nefastas para os comerciantes e prestadores de serviços, sem que comprovadamente se saiba da sua eficácia, quando racionalmente podemos perceber de que pouco ou nada vão servir e que as consequências são extremamente graves para muitos setores de atividade, para muitas vidas.
Deixamos o apelo público e ordeiro para que se reveja esta situação.